sábado, 24 de novembro de 2012

O ciúme me mata aos poucos!Quem nunca sofreu por amor? Quem nuca teve ciúme? Até que ponto podemos controlar nossos ciúmes a ponto de não sofrer?

Ciúmes pode prejudicar seus relacionamentos e vida pessoal. (Foto: iStock)

   Quem nunca sofreu por amor? Quem nuca teve ciúme? Até que ponto podemos controlar nossos ciúmes a ponto de não sofrer?

        "Primeiro, vem a paixão, os sonhos, as juras de amor eterno, um céu azul maravilhoso cerca o casal. Porém, algo de errado acontece. No céu, uma nuvem escura aparece e aquele castelo de amor parece estar arruinando, tirando o sentido da vida. Chocado por ciúmes, se embriaga em dor e sentimentos que navegam entre a tristeza e o ódio. Confunde-se o real e o imaginário. O céu vira inferno. A dor toma conta do ser e tem que ser extirpada, aniquilada independentes das conseqüências. Daí vem o grande risco!"

      Ciúme é a emoção usada pelo psiquismo como reação ao medo de perder. Esse sentimento apresenta caráter instintivo e natural, sendo também marcado pelo medo, real ou irreal, de se perder o amor da pessoa amada. O ciúmes demonstra a nossa falta de auto-confiança, o nosso medo de 'perder', e aguça o nosso complexo de inferioridade. O complexo de inferioridade entra quando começamos a 'imaginar' como será a outra pessoa, ou quando por acaso a conhecemos e começamos a nos comparar a ela; e reconhecemos que pode ser que ela tenha algo mais atraente que nós.

     O ciúme está relacionado à falta de confiança no outro e/ou em si próprio e quando é exagerado pode tornar-se patológico e transformar-se em uma obsessão. 

     Ciúme obsessivo pode ser percebido quando o sentimento de ciúme se junta à obsessão em saber todos os passos que o seu parceiro(a) dá. Os ciúmes, então, atingem um nível mais perigoso e pouco saudável. A obsessão com a pessoa amada e o medo de perdê-la pode não só levar aos ciúmes possessivos e a um controle excessivo sobre essa pessoa, como pode conduzir a agressões verbais e físicas.

     O ciúme é sentido por pessoas de todas as idades. Especialistas afirmam que até bebés muito novos experimentam esta emoção que pode ser exteriorizada através de diversos tipos de comportamentos. Quem sente ciúmes tem, por norma, pensamentos e sentimentos negativos em relação à ameaça de perda de algo que possui e que lhe é muito importante e precioso. Juntamente com a própria emoção que é o ciúme, juntam-se vários outros sentimentos igualmente poderosos: medo, ansiedade, incerteza, insegurança, desconfiança, humilhação, tristeza, desgosto, raiva, descontrole, vingança, depressão…

     Enquanto algumas pessoas conseguem lidar bem com essa emoção e todas as outras que o ciúme provoca, dificilmente exteriorizando aquilo que sentem; outras não conseguem conter esses ciúmes e precisam expressá-los ao seu companheiro(a), quer em tom de vitimização e proteção, quer em tom acusatório e possessivo.

      Temos que considerar que o amor verdadeiro traz a cumplicidade e o compromisso com a felicidade mútua. Ainda que possamos sentir, em alguns momentos, uma pequena dose de ciúmes, é necessário aprender a lidar com as nossas inseguranças. À medida que vamos conquistando a autoconfiança e o respeito pelo espaço do outro, estaremos também cultivando a saúde dos nossos relacionamentos.

      Todos aqueles que se dispõem a amar e a viver um bom relacionamento zelam pelos cuidados necessários para a sadia convivência com a pessoa amada. E isso não faz do outro objeto de sua pertença. Por mais que amemos a pessoa ao nosso lado, não temos o direito de posse da sua liberdade.

     Para não perder um grande amor ou não sofrer de ciúmes a grande dica é: faça-o o admirar sempre! Busque recursos para isso e seja criativo.Tratar bem, controlar o ciúme, deixar a pessoa viver e "respirar" independente de você fará com que a admiração seja tanta, que nunca imaginará sem um (a) parceiro (a) tão fantástico(a) e cúmplice. Cuide muito bem de você para ser admirado. Ninguém o amará se você não se cuidar e, principalmente, amar a si mesmo!

Lembre sempre: Os ciúmes destroem uma amizade, um namoro, um casamento, uma igreja, uma família, uma equipe de trabalho, etc. Caso sofra deste mal, não deixe nunca de procurar ajuda, pois você merece ser feliz.

* Alessandro Vianna é psicólogo clínico e sente um enorme prazer em estudar e entender o comportamento humano. 

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