"Quem quiser dar aula faça isso por gosto, e não pelo salário. Se quiser ganhar melhor, peça demissão e vá para o ensino privado". (Tarso Genro, governador do RS).
No Brasil ainda temos aproximadamente 15 milhões de mulheres e homens acima dos quinze anos de idade que não conseguem, por serem analfabetos, ler o lema da própria bandeira nacional: Ordem e Progresso. Na sua eventual atuação como governante, qual é a ação que fará para não consolidar essa injusta e vergonhosa ironia cívica?
Tarso Genro – Temos aqui no Rio Grande do Sul uma situação mais favorável em relação à possibilidade de acesso à escola do que outros estados, particularmente no que se refere ao ensino fundamental. [...]
Um terceiro ponto é melhorar o padrão salarial dos professores, o que tem de ser feito de maneira progressiva, para que num curto espaço de tempo, na perspectiva de um governo, possamos chegar a um piso salarial hoje determinado constitucionalmente.
O governo de Yeda Crusius foi marcado por dificuldades no relacionamento com os professores. Como o senhor pretende tratar deste assunto?
Tarso Genro - Nós vamos ter uma câmara permanente de negociação com os professores, com a participação da sociedade civil, para que não fique uma discussão corporativa. Isso será feito por dentro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES). É normal que o ponto de partida das categorias sejam sempre as suas demandas específicas. Essas demandas têm de ser contrastadas com as necessidades da sociedade. Então, essa relação triangular professores-sociedade civil e governo vai estar permanentemente sendo desenvolvida através de um diálogo respeitoso para que se chegue a políticas comuns.
Quais políticas do governo atual na área da Educação serão mantidas? Quais serão revistas ou aprimoradas (e de que maneira) e quais, eventualmente serão abandonadas?
Tarso Genro - Em relação às políticas atuais, o que nós vamos agregar, entre outras questões de natureza técnica e evidentemente programática, é iniciar por uma retomada do diálogo com a comunidade escolar. Diálogo com os professores, com os servidores, com a comunidade. Sem esse diálogo não há possibilidade de produção de políticas públicas adequadas. Hoje há praticamente um confronto do governo estadual com os professores. Em nossa gestão a força pública do estado, a brigada militar, não vai estar entre o governador e os professores. Vão estar câmaras de discussão, de debate e de produção comum de políticas, inclusive relacionadas com a própria qualidade do ensino.
Agora compare o discurso de campanha com a realidade que temos hoje no estado e tire suas próprias conclusões.
A entrevista na integra você encontra em http://educarparacrescer.abril.com.br/blog/educar-nas-eleicoes/2010/09/01/jose-fogaca-tarso-genro-falam-da-educacao-rio-grande-sul/
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