terça-feira, 31 de maio de 2011

Heróis...

Parece que todos da minha geração já viveram suficiente, ou até mais, e de repente o cansaço moral ao observar certas coisas desanima. Mas não desistirei jamais, e levanto-me neste espaço  para essa exegese extremada da Sétima Arte.
Não há heróis nesta terra sem lei, e quando nos deparamos com a oportunidade de colocar a massa diante de uma atitude que realmente vá mudar o mundo, mostramos apenas uma ferida repugnante e angustiada, causada pela pobreza espiritual e racional da produção cultural dominante. 

A overdose não matou nossos heróis. A overdose matou heróis americanos, cantores, atrizes e outros. Os nossos heróis ainda estão em construção. Quando jovem, percebi que a história do cinema poderia nos tocar e motivar,  e fui aprendendo algumas coisas até finalmente ser apresentado ao digno "O Que É Isso Companheiro?", e naquele momento, percebi que meus heróis eram sequestradores, jovens e manipulados por uma conspiração internacional.  Não desisti, e fui adiante, havia mais, muito mais, esse país é imenso e livre! E finalmente me deparo com "Cidade de Deus" e a realidade sofrida e maluca da vida de uma favela ganhando importância internacional, baseada nas emocionantes histórias dos heróis Zé Pequeno e Mané Galinha, estupradores, traficantes, assassinos e, bem, o filme é ótimo, mas faltou um herói de verdade.  Mais à frente encontrei alguns jovens com a cara pintada e camisas do Che Guevara. Procurei não comentar nada, mas como um argentino pode ter se tornado um herói nacional do Brasil?
Amigos, eu tenho fé e jamais desisto, a cada ano a coisa melhora, e quando surge um cara mais ou menos, é chamado de fascista. Resultado, foi promovido a político, e para prevenir, só lança DVD em formato Blu-Ray, pois os anti heróis da pirataria já devem ter vendidos milhares de mídias "fake", aliás muito apreciadas por outro herói de verdade, "Lula, o filho do Brasil", amigo dos "Filhos De Francisco", herói este que, mesmo que indiretamente, pagou para os filhos tocarem na rádio. 

Mesmo desconfiado, sigo acreditando, e eis que me deparo com uma heroína! Quem pensou em Olga Benário se enganou, ela até entraria na galeria, mas o lugar comum e suas associações ao Che Guevarismo não me convenceram, e Luiz Carlos Prestes não teve bons momentos. Estou falando de uma pessoa maravilhosa, que trabalhou muito para chegar onde está: Bruna Surfistinha.
Eu estava certo que, além de termos a primeira Presidenta, e a irmã do Chico no ministério da Cultura, logo teríamos a nossa primeira heroína no cinema nacional!  
Aqui é assim, não importa se é traficante, pois a vida o fez assim e por isso temos que pagar a conta, não importa se é terrorista ou assassino, sofreu na infância então vamos prestigiá-lo e indenizar sua família. Prostituição? Isso é tão normal quanto o caixa 2, coitadinha, a menina sofreu tanto na infância, merece um crédito. 

Sim amigos, Bruna Surfistinha é apenas mais um herói que fomentará o quanto é culto ser criminoso ou contraventor no país do Carandiru. Os heróis de verdade ficam com a parte do trabalho e dos impostos. Permita-nos o bom senso, que a vida pare de imitar a arte, pelo menos nestas horas. Ou você acha que precisamos de mais heróis como estes? Bom, a escolha é sua. 

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